Foi fácil perceber os olhos atentos a cada detalhe do Palácio do Leões e o sentimento de ineditismo em ser recebido por um chefe do executivo estadual entre os jovens que representaram os 32 times de futebol amador que participaram da 1ª Taça Ilha Favela e se reuniram com governador Flávio Dino, na manhã desta quarta-feira (14). O momento foi para relatar ao governador o impacto que o campeonato, organizado pela Central Única das Favelas (Cufa), com patrocínio do Governo do Estado, causou na vida desses jovens e reafirmar a parceria que resultará na edição de 2017 do torneio.
A
1ª edição do ‘Taça Ilha’ foi um evento voltado para moradores de
ocupações de São Luís, nos bairros Coroado/Coroadinho, Sá Viana e Cidade
Operária, envolvendo atividades esportivas e culturais, tendo como
destaque uma competição de futebol de campo masculino com atletas, e, em
paralelo, shows de artistas locais e nacionais, oficinas de grafite,
dança de rua, estética afro e muitas outras atividades. O evento, que
ocorreu aos fins de semana do mês de novembro, encerrou tendo como
campeão o time União (Coroadinho) e o show do rapper MV Bill.
O
presidente global da Cufa, Preto Zezé, esteve na visita ao Palácio dos
Leões e explicou que o torneio difere de tantos outros já realizados por
conta da abertura do diálogo direto com o poder público. Segundo ele,
estes meninos nunca imaginam ser recebidos por um governador, tendo a
Cufa o papel importante de articulador. “É principalmente um movimento
social através do esporte, o desenvolvimento das favelas, de integração
das comunidades e desse diálogo direto com o poder público. É importante
os jovens virem aqui. Tinham mães que não estavam acreditando que os
filhos iam sair de manhã para encontrar com o governador do Estado. É a
inauguração de um diálogo direto do poder público com as favelas, essa é
a função da Cufa”, relatou Preto Zezé.
O
presidente global da Cufa ainda destacou que o “futebol todo mundo já
pratica, mas fazer um movimento para que o poder público se sensibilize,
e, a partir disso, construa políticas públicas para intervir nesse
território, essa é a nossa missão. Fico muito feliz com a parceria com o
governo e a sensibilidade do governador de entender, participar e se
comprometer com isso, e vamos agora à segunda edição”.
Guilherme
Lucas, 18 anos, jogou no time ‘RV FC’ e disse que a possibilidade de
ter o futebol reconhecido por times maiores foi uma grande vantagem do
torneio. “O campeonato foi muito bom, porque essas oportunidades nos
ajudam a ter um melhor envolvimento com o esporte, influenciado a gente a
correr atrás de um troféu para ser reconhecido. Lá onde eu moro é muito
esquecido, a Cidade Olímpica é bem longe, agora poderemos ser
enxergados pelo nosso futebol”, opinou.
Assim como Guilherme, Danilo Rodrigues,
18 anos, é atleta do time do Reação, do Bairro do Jambeiro, e acredita
no poder transformador do esporte. “Achei uma ótima opção para nós, que
moramos na periferia, é bom para que a gente venha nos ligar mais para o
esporte. Espero que tenha mais vezes, achei uma ótima opção do Governo
trazer o esporte para nossas vidas”, disse o jogador. Também estiveram
na recepção aos atletas da 1ª Taça Ilha Favela o secretário de Estado de
Esporte e Lazer, Márcio Jardim, a secretária de Estado da Juventude,
Tatiana Pereira, e o secretário de Estado de Governo, Antônio Nunes.
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