19/06/2017

PROMESSAS DO FUTEBOL MARANHENSE QUE NÃO TIVERAM CHANCE NOS TIMES DO ESTADO

 


Trabalhar a base tem sido, desde sempre, o grande carma do futebol profissional maranhense. Nenhum clube ou dirigente quer fazer isso – e quando o faz, a competência e os acertos passam muito distantes.

Alguns anos atrás, o JV Lideral fez um croquis, que por motivos desconhecidos não chegou a virar desenho definitivo – por que, a única possibilidade de que a iniciativa venha dar certo, é ser for feito profissionalmente. Feito por curiosos, o trabalho com a base jamais dará frutos, tampouco deixará de ser um investimento de onde só sairá prejuízos financeiros


Cerca de 15 anos atrás, tendo como retaguarda um pequeno grupo de empresários de áreas diferentes do futebol, contando com a reconhecida seriedade dos dirigentes quadricolores, o MAC (Maranhão Atlético Clube) ensaiou o que poderia ter sido algo de sucesso. Uma ótima geração começou a aparecer e dali poderiam ter saídos ótimos jogadores e corretos profissionais. Nenhum vingou. Nenhum deu certo
E por que não dá certo nunca?

Para dar certo, existem alguns pontos que não podem ser esquecidos, jamais. O primeiro ponto é o retorno. O dar alguma coisa para ter algo em troca. No Maranhão falam muito de uma Lei de Incentivo ao Esporte – mas, além de nunca ser fiscalizada com cobrança da contrapartida, o beneficiado não oferece as condições mínimas para os atletas. Nenhum clube maranhense pratica de forma didática e/ou pedagógica, alguma modalidade olímpica – e o Estado, enquanto cedente, pouco ou quase nada se preocupa com a boa aplicação do benefício recebido. Fica tudo por isso mesmo.
Douglas ainda no Figueirense.
Qualquer clube mediano do futebol brasileiro sabe que precisa oferecer alguns itens: escola, principalmente; assistência médica; desenvolvimento físico e transporte, além de material de treino de qualidade. No futebol maranhense, alguns jogadores, além de levar chuteiras e outros itens, têm que custear até o transporte

Como se todas essas falhas não existissem, o Maranhão é o único lugar onde jogador da base tem férias. Em qualquer outro lugar, todos trabalham os 12 meses do ano para garantir a desenvoltura e para ter representatividade nas competições. E aí entram os dirigentes de clubes e a própria FMF que, se nenhum conseguir vaga na Taça São Paulo, os clubes maranhenses trabalham apenas dois ou três meses por ano.

Paralelo a isso, a Federação também tem sua enorme parcela de responsabilidade, quando promove competições sem qualquer interesse, dirigidas a uns e a outros – o que faz com que os clubes se preocupem mais em se tornarem campeões, que revelar valores

Provavelmente é por conta desse somatório de equívocos (e provavelmente desconhecimento) que um incontável número de jovens e promissores valores “deixam” suas cidades no Maranhão e partem para outras plagas em busca de atendimento que possa facilitar a sua desenvoltura na profissão de jogador de futebol – muitos sequer são federados no Maranhão.

Esse é o caso de Dyanfres Douglas Chagas Matos, nascido em 30 de dezembro de 1987 na cidade maranhense de Morros (região do Munim), que atualmente defende as cores do AL AIN FOOTBALL CLUB, que disputa a liga japonesa. Com direitos pertencentes ao TOKUSHIMA VORTIS, também disputante da liga japonesa, DOUGLAS esteve emprestado ao SANFRECCE HIROSHIMA, antes de chegar ao AL AIN.

Procedente de Morros/MA, DOUGLAS chegou ao Moto Club por volta de 2004 para as categorias de base. Seu porte físico (1,84m) e seu faro de gols acabou levando-o ao elenco profissional. Era um jogador muito promissor, e como acontece nos dias atuais, existe sempre um “representante” do jogador que também não faz nada além de infernizar a relação entre o atleta e o clube.

Com os gols que marcava, com a qualidade técnica, com o biótipo e principalmente com a vigente desorganização motense (em todas as categorias), DOUGLAS foi levado para o Madureira do Rio de Janeiro, de onde foi fácil chegar ao Figueirense. Com a oscilação natural do clube catarinense, o atacante maranhense ainda permaneceu por 4 anos (de 2009 até 2013), onde atuou em 92 jogos e, marcando 44 gols, sendo emprestado ao clube japonês TOKUSHIMA VORTIS, por quem jogou 13 partidas, marcando 5 gols.

Finalmente, aprovado, teve seus direitos adquiridos pelo mesmo TOKUSHIMA VORTIS, em 2014, por quem realizou mais 17 jogos, marcando 9 gols. No ano de 2014, aclimato com a cultura e os hábitos japoneses, DOUGLAS começou a mostrar o seu real futebol. Nesse mesmo ano foi emprestado ao KYOTO SANGA, onde jogou 41 partidas, marcando nada menos que 37 gols. No final do empréstimo foi devolvido ao SANFRECCE HIROSHIMA em 2015, onde atuou em 32 jogos, marcando 19 gols.
DOUGLAS defendendo o TOKUSHIMA VORTIS.
DOUGLAS assinou seu contrato com o clube japonês TOKUSHIMA VORTIS em julho de 2010. Seu primeiro jogo pelo clube foi no dia 25 de julho de 2010 contra o Tokyo Verdy. Seu primeiro gol pelo clube foi no dia 22 de agosto de 2010 contra o Giravanz Kitakyushu. O maranhense foi campeão disputando a J-League e disputou também o mundial de clubes no mesmo ano de 2015. (JOR).

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